Moçambique anunciou um novo projeto de gasoduto de US$ 1,5 bilhão com a Zâmbia, o mais recente de uma série de projetos promissores de infraestrutura energética para o país da África Austral, segundo a agência de notícias moçambicana AIM.
O presidente Daniel Chapo anunciou o acordo de cooperação, assinado pelos dois governos na manhã de quarta-feira, à margem da abertura da 11ª Conferência de Mineração e Energia de Moçambique (MMEC).
O gasoduto proposto ligará a cidade costeira da Beira, em Moçambique, a Ndola, a mais de 1.000 quilômetros a noroeste, no centro da Zâmbia. Com uma capacidade anual de transporte de 3,5 milhões de toneladas métricas, espera-se que o projeto reduza significativamente o tráfego rodoviário ao longo do Corredor da Beira, que conecta a cidade portuária a países do interior sem litoral.
O financiamento para o projeto, que também inclui a construção de infraestrutura de armazenamento em cada extremidade do gasoduto, permanece incerto, embora Chapo tenha afirmado que o comissionamento deve ocorrer dentro de quatro anos.
O setor extrativo está crescendo em Moçambique, com a mineração crescendo 12% em relação ao ano anterior e mais de 117 embarques da plataforma Coral Sul FLNG (gás natural liquefeito flutuante), operada pela gigante italiana Eni.
Chapo também compartilhou notícias sobre um segundo novo projeto, uma joint venture entre a estatal moçambicana de combustíveis Petromoc e o Grupo Aiteo Eastern E&P, para construir uma refinaria modular de combustível no país.
Com previsão de implementação em 24 meses, a nova refinaria terá capacidade de processamento de 200 mil barris por dia de combustível líquido, além de capacidade de armazenamento para 160 mil toneladas de combustível líquido e 24 mil toneladas de GLP (gás liquefeito de petróleo). A unidade de última geração produzirá gasolina, diesel, nafta e combustível de aviação A1 para o mercado nacional e internacional.
Chapo elogiou o projeto como “transformador”, observando que “posicionará Moçambique como um ator relevante na cadeia de valor dos combustíveis líquidos, com impacto positivo na criação de empregos e na substituição de importações”.
O país consolidou sua posição como fornecedor estratégico de GNL (gás natural liquefeito) com a recente aprovação de uma segunda plataforma de GNL na Bacia do Rovuma e novos movimentos em dois megaprojetos de GNL há muito adiados. A TotalEnergies, empresa francesa responsável por um projeto de GNL onshore de US$ 20 bilhões no norte de Moçambique, anunciou na terça-feira que espera retomar as obras em breve.
O projeto foi interrompido anteriormente em 2021, após insurgentes islâmicos tomarem a cidade vizinha de Palma em um terrível ataque que durou vários dias e matou pelo menos uma dúzia de civis, incluindo funcionários estrangeiros.
Embora a situação em Cabo Delgado permaneça volátil, o CEO da TotalEnergies, Patrick Pouyanné, está otimista. “O objetivo é reiniciar [o projeto] em meados de 2025”, disse ele durante a apresentação dos resultados do primeiro trimestre do grupo, em 30 de abril.
Enquanto isso, um segundo projeto de GNL onshore, liderado pela gigante americana ExxonMobil, também se prepara para retornar a Moçambique, contratando a empresa italiana Bonatti para reformar uma base na Península de Afungi até o final de agosto. O local é considerado fundamental para a retomada do projeto de GNL de US$ 27 bilhões, pois fornecerá alojamento e uma base operacional para o pessoal que trabalha no desenvolvimento das instalações de GNL.
Source: The Macao News